Pago meus impostos, logo, faço a minha parte. O menor, quem deve cuidar disso é o governo. O delinqüente, ora, reeducá-lo é função do governo. Os que passam fome, quem devia ajudá-los senão o governo.
Nossa sociedade cresceu. Deixamos de ser vilarejos com cerca de mil habitantes, para sermos grandes centros populacionais, de até mesmo dez milhões de habitantes ou mais.
Habituamo-nos a nos desviar dos pedintes, das crianças rotas e esfarrapadas, dos doentes, dos defeituosos, como se não fossemos nem um pouco responsáveis por aquela situação.
Há pouco, disse que o quadro social atual não nos deixa sem esperanças, mas é preciso e podemos fazer muito mais. Os graves problemas sociais que enfrentamos, somente serão resolvidos com a participação de todos.
Deixemos nossa imaginação vagar. Imaginemos uma cidade onde a sociedade resolve educar seus menores abandonados ou desamparados. Cria-se uma comissão e cada família contribui com 5% do seu salário. Fundam-se escolas de primeiro e segundo graus, cursos profissionalizantes, berçários, e dentro de quinze ou vinte anos, a cidade começa a ter de volta o que planejou. Desse esforço conjunto, resultam pessoas capazes de contribuir para a sociedade, e não onerá-la como os que não produzem nada, ou como os que se colocam à margem da lei.
Quando compactuamos com atitudes que levam à injustiça social, a uma má distribuição de renda, quando fechamos nossa porta, nossos olhos e nossos corações para os problemas que a sociedade enfrenta, estamos contribuindo somente para que estes se agravem.
Não basta apenas garantir a tranqüilidade de nossa família, ou como fazem alguns, de suas dez, vinte, cem, ou mil gerações futuras. Talvez não exista nem Planeta Terra ou mundo para os que virão. Precisamos mudar a sociedade atual. Deixemos de ser frios e egoístas. O pobre, o bandido, o faminto, o aleijado, é responsabilidade nossa, e é muito pouco, e muito cômodo, pagarmos uns poucos impostos, que na maioria das vezes, sequer são aplicados em prol da nação, e cegarmo-nos para os graves problemas sociais, que podem e devem ser resolvidos com a ajuda de todos, com o trabalho de todos, com a compreensão de todos.