Corria o ano de 1976 e tinha dezesseis anos. Seriam 22:00 horas ou pouco mais. Retornava da escola pela rua sem calçamento, vazia e pouco iluminada. Tive por instantes uma sensação de que algo irreal ocorria. De que tudo, o mundo, as pessoas, os relacionamentos, não passavam de uma grande brincadeira. As dores, a fome, a raiva, o orgulho, a humilhação, a força, a fraqueza, as conquistas, as derrotas, tudo não passava de encenação. Esse sentimento ficou impresso em minha memória, e até hoje me pergunto se não será assim.
Terá o universo algum objetivo?
Existirá realmente o universo?
Quem sabe não seremos simples sopros de uma brisa passageira?
A origem! A fonte! Será realmente imortal e inesgotável?
Esse nosso mundo aparentemente caótico, terá sido idealizado por algo ou alguém?
Talvez seja assim: Deus nos criou para sermos perfeitos e vivermos em total perfeição, num local previamente escolhido, onde estaríamos totalmente harmonizados com as forças superiores do universo.
O homem, sua imagem e semelhança, potencialmente Deus, tem as mesmas capacidades e condições que seu Criador. É Deus, a um grau menor. Dotado de livre arbítrio, quis participar do esquema da criação, e acabou gerando freqüências menos elevadas, que as do Criador Original, encerrando-se assim nesse estado de coisas, tal qual o conhecemos.
É como se o homem estivesse sonhando. Seu corpo totalmente espiritual uniu-se a um corpo físico limitado, e a partir daí, teve a impressão que se separou de Deus, quando jamais o fez.
O físico é limitado, é dolorido, é inconstante e causa tristeza. À tristeza, o homem chamou de carma, sendo que talvez, nesse plano, jamais exista uma forma de esgotar-se essa seqüência de causas que traz desconforto, devido à constante oscilação da mente objetiva humana. Deus a tudo assiste impassível, pois mais uma vez, está satisfazendo o desejo do homem e liberando-o para buscar um estado de maior felicidade.
Sob o ponto de vista acima mencionado, este mundo é realmente uma fantasia, uma peça teatral dirigida pelo próprio homem, porém patrocinada por Deus que permite que seja assim.