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Seção 6 - Alquimia


Alquimia Mística

Existem duas Alquimias.

A Primeira, de que nos fala Fulcanelli, em O Mistério das Catedrais e As Moradas dos Filósofos, cuida da busca da Pedra Filosofal, que nos traz saúde e transmuta os metais inferiores em ouro.

Dela necessitamos saber, o que só com a intervenção de Deus e dos Mestres saberemos, qual é seu Enxofre, Mercúrio e Sal, e ainda, qual é seu Fogo Secreto.

A Segunda, que está mais próxima dos que frequentam uma Ordem Esotérica autêntica, é o que chamo de Alquimia Mística.

Eliphas Levi, no Livro VII, Capítulo 7, de História da Magia, Editora Pensamento – Cultrix Ltda, nos dá excelentes pistas dela.

Assim ele escreveu: “Os antigos davam ao espírito por instrumento imediato o fluido ígneo ao qual emprestavam o nome genérico de enxofre; ao mediador plástico, o nome de mercúrio, por causa do simbolismo representado pelo caduceu, e à matéria o nome de sal, por causa do sal fixo que fica depois da combustão e que resiste à ação do fogo”.

Aqui temos o nosso Enxofre, que é o Eu Interior, a Tríade Atma-Buddhi-Manas de Blavatsky, ou a nossa Alma (Personalidade- Alma para os Rosacruzes da Amorc).

Nosso Mercúrio é o mediador plástico, nosso corpo etérico ou psíquico, ou ainda o envoltório plástico ou linga-sharira.

E finalmente temos o nosso Sal, que é o corpo físico.

Toda a tarefa Alquímica consiste na transmutação dos corpos físico e psíquico, com o despertar dos centros psíquicos ou chakras, preparando-os para o Casamento Alquímico, ou Áureo Alvorecer, ou Iluminação, ou entrada em Consciência Cósmica.

O Fogo Secreto é a energia usada para despertar os centros psíquicos ou chakras.

Nesta Alquimia a Nigredo, é a Noite Negra da Alma; a Albedo, é o recebimento da Palavra e a Rubedo, é a entrada em Consciência Cósmica, que por ter vários Graus, pode-se se experienciar por mais de uma vez, em uma única encarnação.

Nesta Alquimia, acima de tudo, necessitaremos da benção de Deus e da ajuda dos Mestres, que velam pela Rosacruz.

Observação:

Nigredo, Albedo e Rubedo, são etapas da Obra Alquímica.

Nigredo – o mesmo que opus nigrum; Obra em negro, primeiro estágio da Opus Alquímica. Seu símbolo é um Corvo Negro. Quando o Alquimista depara-se com a Nigredo, sabe que a Obra não tarda a realizar-se.

Albedo – a Obra em branco; seu aparecimento indica que já se realizou a transmutação dos metais em prata. Seu símbolo é uma Águia Branca.

Rubedo – Obra em vermelho, ou rubi; final da caminhada, realização completa da matéria vil em ouro. Seu símbolo é uma Estrela.

Bibliografia:

Mutus Liber – comentado por José Jorge de Carvalho, Attar Editorial.

Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII – página 23, Edição de 1978, Ordem Rosacruz, AMORC, Editora Renes.

O Mistério das Catedrais – Fulcanelli, Edições 70, Portugal.

As Moradas dos Filósofos – Fulcanelli, Madras Editora.

História da Magia – Eliphas Levi, Editora Pensamento – Cultrix Ltda.

Alquimia Mística II – Oratório ou Laboratório

A Alquimia tem duas vertentes ou dois âmbitos de trabalho, o Oratório, ou a transmutação dos corpos físico e psíquico do próprio Alquimista, caminhando em direção ao corpo glorioso (Aos Filipenses 3, 20-21), que possibilitará a Iluminação, a experiência de Consciência Cósmica, o Áureo Alvorecer ou o Casamento Alquímico e, o Laboratório, que é a prática Alquímica propriamente dita, com o athanor, as cubas fundidoras, os cadinhos de refinação, o fogo natural, etc.

Não tenho dúvidas de que as atividades de Oratório, notadamente as preconizadas pela Ordem Rosacruz – Amorc, levarão o Estudante a alcançar Consciência Cósmica, o que não posso afirmar, é se as atividades de Laboratório, não levarão a uma expansão da Iluminação ou Consciência Cósmica.

A pergunta a se fazer é: é o Laboratório dispensável?

Como afirmar que o mesmo é dispensável, se Harvey Spencer Lewis, enquanto Imperator da AMORC, em 22 de Junho de 1916, realizou, à frente de inúmeras testemunhas, uma transmutação de metal inferior em ouro (revista O Rosacruz, Abril de 1984, página 24/28).

E se a Pedra Filosofal, uma vez obtida, como é fonte de saúde e energia, seja em si mesma, com o seu uso, um fator preponderante para elevar o nível de Consciência Cósmica do Estudante, que assim se tornaria um Adepto ou Mestre?

Digamos assim. Através dos estudos e das práticas de Oratório, o Estudante alcança Consciência Cósmica. Após, pode iniciar as Operações Alquímicas que o levarão à Pedra Filosofal, e, com as transmutações que a Pedra Filosofal operar nos seus corpos físico e psíquico, alcançar um nível elevado de Consciência Cósmica, e assim a Maestria ou o Grau de Rosacruz.

Assim, todos teríamos de ser Alquimistas práticos um dia, cuidando do athanor e de retortas, cadinhos e cubas.

Nesta encarnação, estudar numa Ordem Esotérica como a Ordem Rosacruz ou similar e alcançar Consciência Cósmica. Se o nível atingido for o exigido para a prática de Alquimia, caminhar em busca da Maestria; se não, aguardar até que em uma nova encarnação, este nível seja atingido.

Como não vou ser Alquimista nesta encarnação, pois me conheço e não suportaria as altas temperaturas do athanor e as noites sem dormir, resta-me trabalhar no Oratório da Ordem Rosacruz, como venho fazendo desde 1982.

Entretanto, a questão não se esgotou, pois no Laboratório dos Rosacruzes, na Mansão Secreta de Viena, Raymond Bernard não encontrou retorta, alambique ou fornalha, pois seriam dispensáveis ao Realizado, ao Rosacruz, ao Mestre (Viena, As Mansões Secretas da Rosacruz, Raymond Bernard, Ordem Rosacruz, AMORC).

Ainda mais, no Primeiro Tratado, Livro Primeiro, dos Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII, páginas 15/18, Edição de 1978, Ordem Rosacruz, AMORC, Editora Renes, menciona-se um Subjectum, que é trabalhado numa Obra natural, que não é a Alquimia Prática, conforme se vê abaixo:

“Pela singular e abundante graça de Deus, tanto ricos como pobres possuem a mais absoluta liberdade de tomar disso, para que vá de volta a casa com isso, e coloque isso atrás da chaminé ou em qualquer lugar que lhe aprouver e onde lhe for conveniente, e poderá começar a trabalhar isso e fazer experimentos, pois poderá deixar isso de lado tão rapidamente que nem seus próprios servos o notarão”.

“Pois esta obra natural não é tão desajeitada como a dos alquimistas comuns, com seus desastrados trastes, seus fogareiros de carvão, suas cubas fundidoras e seus cadinhos de refinação, e com todo o restante de suas tralhas”.

Como se vê, a questão Oratório versus Laboratório está longe de ser pacífica, mas há elementos suficientes para nos tranquilizarmos com as práticas de Oratório, que a Ordem Rosacruz , Amorc nos fornece, aguardando revelações que nos indicarão o caminho a seguir, em termos de experiências e trabalhos Místicos.

Alquimia Mística - III

“Se queremos recuperar o domínio sobre as Salamandras, é preciso purificar e exaltar o elemento do fogo que está em nós, e elevar o tom dessa corda frouxa.

Não é preciso senão concentrar o fogo do mundo através de espelhos côncavos num globo de vidro; e eis aqui o artifício que todos os Antigos esconderam religiosamente e que o divino Teofrasto (Paracelso, acresço) descobriu.

Forma-se nesse globo um pó solar que, purificando-se por si mesmo, pela mistura com os outros Elementos e sendo preparado segundo a arte, se torna em bem pouco tempo supinamente próprio a exaltar o fogo que está em nós e tornar- nos, digamos assim, de natureza ígnea” (Segundo Diálogo sobre as Ciências Secretas, O Conde de Gabalis, Universitária Editora Ltda, Portugal).

Esta passagem Alquímica é tão importante que Eugene Canseliet, no Prefácio da 2ª Edição de As Moradas dos Filósofos, de seu Mestre Fulcanelli, Madras Editora, a repete integralmente; entretanto, vai por um caminho tortuoso no que se refere a explicá-la, como o são todos os textos Alquímicos.

Raymund Andrea, esse grande membro da Ordem Rosacruz , AMORC, no Artigo que leva o nome de O Conde de Gabalis, inserto no livro A Flor da Alma, é quem vai lançar luzes sobre o tema, e com isto, avalizar o trabalho místico que a AMORC desenvolve.

Falando da Força Solar, Força Vital ou Energia Cósmica, Frater Andrea escreveu:

“Eles se depararão com afirmações luminosas sobre a Força Solar, um outro nome para a Força Vital ou Energia Cósmica, que eles aprendem a dirigir e manipular em seu trabalho avançado, bem como seus vários modos de manifestação”.

Explicando o texto citado de O Conde de Gabalis, Frater Andrea usa o comentário que o próprio Abade de Villar fez de seu livro.

“Para o vidente, o homem aparece circundado por uma névoa oval luminosa ou um globo de cristal. Essa luminosidade dos corpos sutis é a manifestação das emoções e dos pensamentos do indivíduo. É chamada de aura e interpenetra o corpo físico, estando presente durante a vida e se retirando com a morte .

Aspiração e desejo constante de conhecer a Lei de Deus liberam no homem essa Força que é a Chama Viva e que age no homem sob a direção de Deus, com ou sem esforço consciente da mente finita”.

“Esse fogo, uma vez liberado, começa imediatamente a deslocar a força nervosa latente e a abrir e aperfeiçoar os centros nervosos ou cérebros menores, atrofiados pelo desuso, e que, quando regenerados, revelam ao homem os estados de consciência suprafísicos e o conhecimento de sua perdida soberania sobre a natureza .

A Força Solar manifesta-se no plano físico pela passagem através dos gânglios do sistema nervoso simpático, e, deste, sobe pela espinha até o cérebro, onde suas correntes se juntam para construir o corpo Espiritual ou Solar.

Na passagem de um gânglio para outro, sua voltagem é aumentada e ela desperta e é aumentada pela força peculiar a cada gânglio que ela domina.

Os gânglios ou centros são os espelhos côncavos, cuja propriedade é concentrar o Fogo do Mundo ou Força Solar.

No sistema cérebro-espinal, existem muitos centros aguardando a regeneração. Assim, o cordão espinal é a corda frouxa cujo tom deve ser aumentado pela exaltação do Elemento do Fogo que está em nós”.

Frater Andrea conclui:

“Nossos Membros, porém, compreenderão que estão, de fato, trabalhando cientificamente com a Pedra Filosofal e trilhando a antiga Senda Rosacruz”.

E eu diria:

“Que justificativa excepcional para a realização do estudo e dos simples Experimentos de Direcionamento de Energia, que a Ordem Rosacruz, AMORC, propõe”.

Bibliografia:

O Conde de Gabalis, Abade de Villars, Universitária Editora Ltda, Portugal.

As Moradas dos Filósofos, Fulcanelli, Madras Editora. A Flor da Alma, Raymund Andrea, Ordem Rosacruz, AMORC.

PS: O Conde de Gabalis, com todos os maravilhosos comentários acrescidos a ele, foi publicado no Brasil, pela Theano Editora e Publicações.

Alquimia – Obra Natural

Os solos áridos me terão por tolo, néscio ou arrogante. Os solos em que a semente mística já foi plantada, mas ainda não germinou, permitirão que a teoria permaneça em suas mentes. Os solos em que a semente mística já germinou, poderão encontrar aqui uma explicação.

Como todos sabem, existem duas Alquimias, a de Oratório e a de Laboratório. A primeira é a tese deste Artigo, e é chamada também de Obra Natural, Alquimia Filosófica ou Alquimia Moral.

Sobre esta Obra Natural falaremos agora.

O Princípio – “No princípio é o Subjectum, que se recebe da natureza diretamente nas mãos” (Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII, página 15, Edição de 1978, Ordem Rosacruz, AMORC, Editora Renes).

Tintura Universal – “Aí jaz oculta a Tintura Universal de todos os metais, animais e plantas” (Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII, página 15, Edição de 1978, Ordem Rosacruz, AMORC, Editora Renes).

Obra Natural – “Pois esta Obra Natural não é tão desajeitada como a dos alquimistas comuns, com seus desastrados trastes, seus fogareiros de carvão, suas cubas fundidoras e seus cadinhos de refinação, e com todo o restante de suas tralhas” (Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII, página 16, Edição de 1978, Ordem Rosacruz, AMORC, Editora Renes).

O Orvalho do Céu – “Que Deus te dê/ o orvalho do céu/ e as gorduras da terra,/ trigo e vinho em abundância” (Gênesis, 27,28; Bíblia de Jerusalém; veja Mutus Liber, Pranchas 1, 4, 9 e 12; Benção a Jacó).

O Athanor e sua localização – “quando falam do grande e único athanor/ que todos podem usar,/ que está nas mãos de todos/ e que os homens possuem sem saber/ fazem alusão à alquimia filosófica e moral” (A Grande Obra, Dogma e Ritual de Alta Magia, Eliphas Levi, Editora Pensamento – Cultrix Ltda).

A Consumação da Obra – A Obra Natural inicia-se no Princípio e utilizando o Athanor, progride até sua consumação, quando o Neófito se torna Mestre.

Raymond Bernard está na mansão secreta de Lisboa, sentado à mesa retangular de 14 cadeiras, juntamente com os doze Mestres ou Rosacruzes daquela mansão. O Pai Rosenkreutz faz um longo discurso e encerrando, pousa as mãos sobre a mesa, a palma voltada para cima, enquanto seus pares levantam a mão direita em sua direção, a mão esquerda colocada sobre o coração. Raymond Bernard descreve o que vê.

“Assisto a uma espécie de troca fluídica de raro poder, pois fico ofuscado pela estranha condensação de energia que se estabelece no meio deles. Eles parecem não formar mais que um só ser” (sobre a mesa retangular de 14 cadeiras, veja Viena, página 47, As Mansões Secretas da Rosascruz; contexto e texto retirados de Lisboa, páginas 69/74, As Mansões Secretas da Rosacruz, Raymond Bernard, Ordem Rosacruz, AMORC).


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