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Alquimia Mística II – Oratório ou Laboratório


A Alquimia tem duas vertentes ou dois âmbitos de trabalho, o Oratório, ou a transmutação dos corpos físico e psíquico do próprio Alquimista, caminhando em direção ao corpo glorioso (Aos Filipenses III, 20-21), que possibilitará a Iluminação, a experiência de Consciência Cósmica, o Áureo Alvorecer ou o Casamento Alquímico e, o Laboratório, que é a prática Alquímica propriamente dita, com o athanor, as cubas fundidoras, os cadinhos de refinação, o fogo natural, etc.

Não tenho dúvidas de que as atividades de Oratório, notadamente as preconizadas pela Ordem Rosacruz – Amorc, levarão o Estudante a alcançar Consciência Cósmica, o que não posso afirmar, é se as atividades de Laboratório, não levarão a uma expansão da Iluminação ou Consciência Cósmica.

A pergunta a se fazer é: é o Laboratório dispensável?

Como afirmar que o mesmo é dispensável, se Harvey Spencer Lewis, enquanto Imperator da Amorc, em 22 de Junho de 1916, realizou, à frente de inúmeras testemunhas, uma transmutação de metal inferior em ouro (revista O Rosacruz, Abril de 1984, página 24/28).

E se a Pedra Filosofal, uma vez obtida, como é fonte de saúde e energia, seja em si mesma, com o seu uso, um fator preponderante para elevar o nível de Consciência Cósmica do Estudante, que assim se tornaria um Adepto ou Mestre?

Digamos assim. Através dos estudos e das práticas de Oratório, o Estudante alcança Consciência Cósmica. Após, pode iniciar as Operações Alquímicas que o levarão à Pedra Filosofal, e, com as transmutações que a Pedra Filosofal operar nos seus corpos físico e psíquico, alcançar um nível elevado de Consciência Cósmica, e assim a Maestria ou o Grau de Rosacruz.

Assim, todos teríamos de ser Alquimistas práticos um dia, cuidando do Athanor e de retortas, cadinhos e cubas.

Nesta encarnação, estudar numa Ordem Esotérica como a Ordem Rosacruz – Amorc ou similar e alcançar Consciência Cósmica. Se o nível atingido for o exigido para a prática de Alquimia, caminhar em busca da Maestria; se não, aguardar até que em uma nova encarnação, este nível seja atingido.

Como não vou ser Alquimista nesta encarnação, pois me conheço e não suportaria as altas temperaturas do athanor e as noites sem dormir, resta-me trabalhar no Oratório da Ordem Rosacruz, como venho fazendo desde 1982.

Entretanto, a questão não se esgotou, pois no Laboratório dos Rosacruzes, na Mansão Secreta de Viena, Raymond Bernard não encontrou retorta, alambique ou fornalha, pois seriam dispensáveis ao Realizado, ao Rosacruz, ao Mestre (Viena, As Mansões Secretas da Rosacruz, Raymond Bernard, Ordem Rosacruz – Amorc).

Ainda mais, no Primeiro Tratado, Livro Primeiro, dos Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII, páginas 15/18, menciona-se um Subjectum, que é trabalhado numa Obra natural, que não é a Alquimia Prática, conforme se vê abaixo:

“Pela singular e abundante graça de Deus, tanto ricos como pobres possuem a mais absoluta liberdade de tomar disso, para que vá de volta a casa com isso, e coloque isso atrás da chaminé ou em qualquer lugar que lhe aprouver e onde lhe for conveniente, e poderá começar a trabalhar isso e fazer experimentos, pois poderá deixar isso de lado tão rapidamente que nem seus próprios servos o notarão”.

“Pois esta obra natural não é tão desajeitada como a dos alquimistas comuns, com seus desastrados trastes, seus fogareiros de carvão, suas cubas fundidoras e seus cadinhos de refinação, e com todo o restante de suas tralhas”.

Como se vê, a questão Oratório versus Laboratório está longe de ser pacífica, mas há elementos suficientes para nos tranquilizarmos com as práticas de Oratório, que a Ordem Rosacruz – Amorc nos fornece, aguardando revelações que nos indicarão o caminho a seguir, em termos de experiências e trabalhos Místicos.


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