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Walt Whitman – Consciência Cósmica – XI


Whitman nasceu em 1819, e tinha portanto 36 anos quando a 1ª Edição de Folhas de Relva foi publicada em 1855. Ele já era dotado do Sentido Cósmico ou da Consciência Cósmica a esta altura, e o Dr. Richard M. Bucke, em seu Consciência Cósmica, página 263, situa em Junho de 1853 ou 1854, ou seja, aos 34 ou 35 anos, a idade em que ele alcançou Consciência Cósmica.

A 1ª Edição de Folhas de Relva já é uma obra-prima, algo que só os Cosmicamente Conscientes produziram neste planeta, mas há um poema que é parte de Canção de Mim Mesmo, que trata especificamente do momento da Iluminação de Walt Whitman.

O poema é magnífico, fala por si mesmo, mas destaco a referência ao outro Eu – Sou, contrapondo-se à minha alma (o Sentido Cósmico), pois para aqueles que detém o Sentido Cósmico em alto nível, este é quase outro Eu, distinto do Eu Objetivo ou da mente autoconsciente.

Faço menção ainda da paz e sabedoria que superam toda arte e argumento, que inundaram o Poeta, características da experiência de Consciência Cósmica.

Finalmente, neste Poema Whitman fixa o acontecido em Junho, verão no Hemisfério Norte, sendo que Dr. Bucke, no livro já mencionado, defende a tese de que a experiência de Consciência Cósmica, dá-se, preferencialmente na Primavera e no Verão.

Por fim, deixemos que o Poema se explique ao leitor:

“Acredito em ti, minha alma, o outro que eu sou não deve se humilhar para ti,

E tu não deves te humilhar para o outro.


Vadia comigo sobre a relva, solta a válvula de tua garganta,

Nem palavras, nem música ou rima eu desejo, nem fantasias ou discursos, nem mesmo os melhores,

Só da calmaria eu gosto, do zumbido da tua voz valvulada.


Lembro-me de como certa vez nós nos deitamos numa manhã de verão transparente como a de hoje,

De como pousaste obliquamente tua cabeça sobre meu colo e gentilmente te viraste para mim,

Abriste a camisa no meu peito e impeliste a língua no meu coração despido,

E alcançaste a minha barba até senti-la, e alcançaste o extremo dos meus pés para segurá-los.


De repente, tu te levantaste e espalhaste em minha volta a paz e o conhecimento que vão além de todos os argumentos da terra,

Eu sei que a mão de Deus é a promessa da minha,

E eu sei que o espírito de Deus é o irmão do meu espírito,

E que todos os homens que já nasceram são igualmente meus irmãos, e todas as mulheres minhas irmãs e amantes.

E que a sobrequilha da criação é o amor,

E que infinitas são as folhas rijas ou caídas pelos campos,

E as formigas marrons nos pequenos poços sob elas,

E as crostas musgosas da cerca, das rochas empilhadas, do ancião, do verbasco e da erva-dos-cancros”.


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