Carregando

A Lei do Carma – Estudo


“A Lei Cósmica se cumpre”, dizemos na Ordem Rosacruz; e a Lei de Causa e Efeito, é uma Lei Cósmica; portanto, estamos submetidos a ela.

Para termos uma noção de sua complexidade, nos apoiaremos nos ensinamentos da Ordem Rosacruz, da Teosofia, da Fraternidade Rosacruz e da Antroposofia. Não citarei os textos, apenas indicarei as fontes e resumirei meu entendimento sobre o tema.

Iniciemos pela Ordem Rosacruz, sendo que as Monografias usadas abaixo são as chamadas “antigas”, ou seja, de antes do atual Imperator da Ordem.

Uma Monografia traz o entendimento de que “toda emoção, todo pensamento, toda palavra e toda ação”, terá a sua compensação. A compensação será positiva ou negativa, conforme a natureza da ação, assim o Carma é positivo ou negativo.

Um Grau traz  praticamente um Tratado sobre o Carma. Dele destacaremos a possibilidade de fazermos compensação no plano espiritual, ou seja, no período entre a morte e o novo nascimento; sendo que isto é uma possibilidade e não uma ação coercitiva. Também nos traz um quadro explicativo da Lei do Carma. Nele são retratados três momentos. A conscientização, como o início de estudos esotéricos, por exemplo; a compensação, quando prestamos qualquer auxílio a outrem, e finalmente, a chave de ouro que perdemos, quando deixamos de aproveitar as oportunidades de evolução que nos são ofertadas.

Outro Grau traz algo que ainda me deixa perplexo, pois caminha no sentido de ser extremamente difícil nos colocarmos acima da Lei. Ele diz que deveremos compensar todas as bênçãos que recebemos e que seremos compensados pelo mal que sofrermos. Ainda não assimilei totalmente esta informação. Como nos livraremos do ciclo reencarnacionista, analisando por este prisma? Sinceramente, não sei.

A Teosofia, a Fraternidade Rosacruz e a Antroposofia, colocam o Carma em relação ao Plano Astral, no qual estaremos com o corpo astral ou emocional, em um pequeno período de tempo, no intervalo entre a morte e o novo nascimento. No Plano Astral nos purificaremos, para depois avançar às delícias do Devakan ou céu temporário, no Plano Mental Inferior.

A Teosofia nos ensina que, por um determinado período de tempo, nas regiões inferiores do Plano Astral, sentiremos falta das vibrações mais grosseiras do Plano Físico, como o uso exagerado de bebidas alcoólicas, drogas, comidas requintadas, sexo, etc. Enfim, coisas que só podemos gozar no Plano Físico e que estão ligadas ao Corpo Astral ou Emocional (1).

A Fraternidade Rosacruz e a Antroposofia vão mais além. Elas afirmam que no Plano Astral, com o Corpo Astral, revisaremos nossa vida ao contrário, e que quando alcançarmos um momento em que causamos uma dor física ou moral a alguém, sentiremos a mesma dor que causamos. Se realmente for dessa forma, que Carma restaria para a próxima encarnação? (2).

A Antroposofia ainda fala das doenças, da dor e da lesão de órgãos no Corpo Físico. Ela atribui tais fatos a uma resposta nossa aos seres que se atrasaram na Cadeia Planetária Lunar (que chama de seres luciféricos) e na Cadeia Solar (que chama de seres arimânicos). Buscaríamos as doenças ou a predisposição a elas, no intervalo entre a morte e o novo nascimento, para nos livrarmos das influências negativas que esses seres tentam implantar em nós. Buscamos as doenças e os Anjos e Arcanjos, produtos da evolução normal das Cadeias Lunar e solar, acrescentariam a elas a dor ou a lesão em órgãos físicos (3).

A questão da passagem pelo Plano Astral da Teosofia ou pelas regiões inferiores do Mundo do Desejo da Fraternidade Rosacruz (que seria, em minha opinião, o Segundo Plano de Consciência Cósmica, o chamado Baixo-Astral nas Monografias Novas, pois é dessa região que vêm as comunicações espíritas, nas quais o médium permite que o espírito-guia use seu corpo físico), é bastante complexa. Existem as opiniões da Teosofia, da Fraternidade Rosacruz e da Antroposofia, às quais aludi brevemente nos parágrafos anteriores, entretanto, a dificuldade maior ou menor desse estágio após a morte, está diretamente ligada ao nível evolutivo daquele que passou pela transição (como a morte é chamada na Ordem Rosacruz) e sua maior ou menor ligação ao Plano Físico.

Como místicos, naturalmente que não somos perfeitos, ou dito de outra forma, ainda não alcançamos a Maestria e, portanto, há muito de material em nós, mas acredito, que por povoarmos nossa mente com a meditação sobre temas esotéricos e por compreendermos que o Plano Físico não é o todo do universo, não encontraremos dificuldades maiores no Plano Astral, após a chamada morte.

Gostaria de ressaltar que o entendimento da Ordem Rosacruz sobre a morte é positivo, sendo um momento no qual seremos auxiliados e ainda submetidos a um nível vibratório elevado (em forma de luz), com o intuito de nos ajudar a passar pelo Plano Astral e a alcançarmos o Plano de Consciência Cósmica correspondente ao nosso nível evolutivo; que seria o Devakan da Teosofia ou o Segundo e Terceiro Céus da Fraternidade Rosacruz, algo como um céu temporário antes de reencarnarmos novamente.

Existe uma teoria muito difundida no Brasil, de origem espírita, que se A matou B, B renasceria como filho de A, ou um parente próximo, ou esposa, etc. Isto pode acontecer, mas está longe de ser uma Lei ou uma simples regra, pois a vítima pode ser compensada de outra forma (4).

A Lei do Carma é positiva em seu objetivo, que é auxiliar nossa evolução, nos ensinar algo que não aprendemos de outra forma, não é, uma simples punição, a ira divina ou qualquer coisa do gênero.

Poderia haver universo sem a Lei do Carma? Sou obrigado a admitir que não, porque então somente o mal e a desarmonia acabariam por prevalecer.

Zelam pelo cumprimento da Lei do Carma, Seres que estão em um nível muito elevado na Sagrada Hierarquia Celestial, sobre os quais não encontrei nenhuma informação específica a respeito.

Quero deixar bem claro que os apontamentos acima são apenas opiniões, pois somente um Mestre sabe o exato funcionamento da Lei.

As Igrejas ortodoxas baseadas na Bíblia, não aceitam a existência da Lei do Carma, ao contrário disso, pregam devido à intervenção do Cristo, um perdão em que a noção de responsabilidade pelo ato praticado, é completamente elidida. Apesar disso, a própria Bíblia é enfática ao proclamar: “Não vos iludais; de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá ...” (Epístola de Saulo aos Gálatas, 6, 7).

A Ordem Rosacruz, nas Monografias que estudei, não traz a ideia de um corpo que não se decompõe entre a morte e o novo nascimento. A Teosofia chama esse corpo de Corpo Causal. Apesar disso, para que haja possibilidade de fazer compensação no Plano Espiritual, mais do que existir um corpo nesse plano, tem de haver consciência.

Bibliografia.

- Monografias da Ordem Rosacruz, AMORC.

(1) – O Kamaloka e o destino do Prana e do Kama, página 52, último §, Morte ... E Depois, Annie Besant, Teosofia.

(2) – O homem e o método de evolução, página 106, Conceito Rosacruz do Cosmos, Max Heindel; Sono e Morte, página 80, A Ciência Oculta, Rudolf Steiner, Antroposofia.

(3) – Sétima Conferência, Catástrofes Naturais e Epidemias em relação ao Carma, As Manifestações do Carma, Rudolf Steiner.

(4) – O homem e o método de evolução, página 109, Conceito Rosacruz do Cosmos, Max Heindel, Fraternidade Rosacruz.


 Recomende este artigo
Indique para um amigo


Aguarde...






Livro - O Sol dos Rosacruzes

Todos Direitos Reservados © 2024