Iniciação Após O Cristo

O Cristo representa um divisor de águas para a humanidade e assim, o principal objetivo da evolução, que é alcançar a Primeira Iniciação, foi facilitado devido à energia que o Cristo trouxe ao Planeta. Antes, a Iniciação era para poucos e extremamente difícil; realizada no interior de um templo secreto ou em uma câmara secreta de uma pirâmide, onde o Iniciado permanecia por três dias em uma espécie de “sono controlado”, assistido pelo Hierofante. A razão do local secreto devia-se ao fato do Iniciado não poder ser “acordado” de forma indevida, pois caso o fosse, poderia morrer. Esta Iniciação, como veremos, era conhecida como “sinal de Jonas”.

Pedem ao Cristo um sinal e ele diz: “Essa geração é geração má; procura um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal de Jonas” (Lucas 11, 29).

Como era a antiga Iniciação, antes do Cristo?

“A maneira e a forma no sentido da antiga verdade encontram sua expressão máxima, conforme a compreensão dos homens, no modo pelo qual é simbolizado no signo de Jonas. Neste é simbolizado, da maneira antiga, como o homem paulatinamente se eleva à cognição e penetra nos mundos espirituais, ou, para usar a linguagem bíblica, torna-se profeta” (Lucas 11, 29 – 32).

“Era este o grande mistério da Iniciação – o fato de a alma, longamente preparada, por três dias e meio, ser conduzida do corpo físico para um mundo completamente diferente; então permanecia isolada do mundo exterior e penetrava no mundo espiritual. Em meio aos povos sempre houve pessoas que podiam ser proclamadoras dos mundos espirituais; eram as pessoas que haviam passado por aquilo que é mencionado na Bíblia como a permanência de Jonas no ventre da baleia (Jonas 2, verso 1)” (os dois últimos excertos foram retirados da Décima Conferência, página 156, O Evangelho Segundo Lucas, Rudolf Steiner).

Em Cristo e no Gólgota – na crucificação – temos essa Iniciação antiga sendo realizada publicamente e tornada conhecimento de toda a humanidade.

“Por esta razão também era preciso que presenciassem um sinal que ocorresse à frente de todos”.

“Aquilo que, por centenas e milhares de anos, ocorrera nos tempos dos mistérios como a passagem pela ‘morte mística’ devia suceder agora no grande palco da História Universal. Tudo que ocorria em segredo nos grandes templos da Iniciação aparecia agora abertamente e colocava-se como um acontecimento único no Gólgota”.

“Manifestava-se aos homens, de maneira intensa, aquilo que só se manifestara aos Iniciados durante os três dias e meio que durava a antiga Iniciação. Assim, aquele que conhecia os fatos precisava descrever o acontecimento do Gólgota como aquilo que realmente era: a antiga Iniciação transformada em História e transferida para o plano exterior da História Universal” (os três últimos excertos foram retirados da Décima Conferência, páginas 161/162, O Evangelho Segundo Lucas, Rudolf Steiner).

E agora, mais de dois mil anos após o Cristo, como se dará a Primeira Iniciação?

Essa Iniciação se dará no próprio lar do Estudante, naquilo que para ele será um “sonho místico”.

A Primeira Iniciação terá a presença da Luz Indescritível, mais brilhante que o sol do meio-dia (Atos 26, verso 13). Essa Luz se condensará em um pequeno círculo, do qual surgirá o Pássaro anunciador da presença do Mestre, que completando a Iniciação, dará ao então Iniciado o Novo Nome e uma Benção (Apocalipse 2, verso 17).

Ao acordar intensas vibrações, que só se repetirão em outra Iniciação, percorrerão o corpo físico do Iniciado, dando a ele a certeza de que algo extraordinário e inestimável aconteceu.

Desta maneira, desde o Cristo e através do Cristo, as portas da Iniciação estão abertas para todos (Lucas 19, verso 10. Heindel, Max. Conceito Rosacruz do Cosmos. Cristo e sua Missão, páginas 358/360. São Paulo: Fraternidade Rosacruz).

Bibliografia.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2002.

HEINDEL, Max. Conceito Rosacruz do Cosmos. São Paulo: Fraternidade Rosacruz.

STEINER, Rudolf. O Evangelho Segundo Lucas. Décima Conferência. São Paulo: Antroposófica, 1986.