Para melhor compreensão deste artigo, solicito que leia antes o artigo Walt Whitman I.
Canção de mim mesmo – Poema 22
O poeta é uno com o universo, e neste poema canta o mar; ao qual também sente-se unido.
Não é um sentir abstrato, mas um sentir concreto, similar ao sentimento de unidade de Jesus com o Pai (João 10,30); sentimento esse, próprio dos que alcançaram Consciência Cósmica.
Vê que em verdade o mal não existe e que as coisas celestiais, nas quais inclui o mundo, não precisa ser aperfeiçoada ou corrigida.
Não há nada melhor do que o instante em que vivemos, nada se compara a ele.
Canção de mim mesmo – Poema 23
Não se atendo ao momento, o poeta tem diante de si as eras e saúda o tempo, em verdade, o transcorrer das eras.
Simplesmente aceita a realidade, sem ousar questioná-la.
Os fatos corriqueiros, que trazem honra e engrandecem, não são o seu domínio, que situa-se mais na vida oculta.
Canção de mim mesmo – Poema 24
Seu sentimento de unidade, de interação com o Cosmos, estende-se a ponto de sentir-se degradado, se alguém é degradado; e mais, tudo que é feito ou dito, retorna ao final para ele.
Através dele vem a inspiração e a voz das multidões.
Em nada vê o mal, inclusive no sexo, que em seu uso normal e saudável, não impede a Iluminação.
A visão, a audição, o tato, são milagres e cada parte do poeta é um milagre.
Como ultrapassou a idéia do mal, sente-se divino por dentro e por fora, sendo sagrado, se toca ou é tocado.
O universo é tão bom e generoso, que uma única planta satisfaz mais o poeta, que a metafísica dos livros.